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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

E se um olhar lhe bastasse...



foto google


O Amor

O amor, quando se revela, 
Não se sabe revelar. 
Sabe bem olhar p'ra ela, 
Mas não lhe sabe falar. 

Quem quer dizer o que sente 
Não sabe o que há de dizer. 
Fala: parece que mente 
Cala: parece esquecer 

Ah, mas se ela adivinhasse, 
Se pudesse ouvir o olhar, 
E se um olhar lhe bastasse 
Pr'a saber que a estão a amar! 

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente 
Fica sem alma nem fala, 
Fica só, inteiramente! 

Mas se isto puder contar-lhe 
O que não lhe ouso contar, 
Já não terei que falar-lhe 
Porque lhe estou a falar..

Fernando Pessoa



segunda-feira, 24 de setembro de 2012

domingo, 9 de setembro de 2012

Não MUTILE sua ALMA





Matar o sonho é matarmo-nos. 

É mutilar a nossa alma. 

O sonho é o que temos de realmente nosso, 

de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.

 Fernando Pessoa

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Condições de palácio


Palácio de Buckingham


Agir, eis a inteligência verdadeira. 

Serei o que quiser. 

Palácio de Queluz


Mas tenho que querer o que for. 

O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. 

Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?

Palácio Real de Madrid


Fernando Pessoa

sábado, 1 de setembro de 2012

Amor romântico


 foto google


O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; 
e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, 
surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. 
O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. 
Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, 
decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, 
nas oficinas da alma, novos trajes, 
com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.
Fernando Pessoa

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Sobre o amor - Fernando Pessoa



Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor
se não fossem ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser ridículas.
Mas, afinal, só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor é que são ridículas.
A verdade é que hoje as minhas memórias
Dessas cartas de amor é que são ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas, como os sentimentos esdrúxulos, são
naturalmente ridículas.)
 


Fernando Pessoa/Álvaro de Campos. Obra Poética

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ser feliz

 
foto do google

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios,incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-me um autor da minha própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.É saber falar de si mesmo.É ter coragem para ouvir um "não".É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Sabes... ser feliz é também ter na vida alguém como tu, mãe. Les-me tão bem e apaziguas na perfeição os meus estados de espíritos ventosos. Mais que te gosto! Obrigada...
Fernando Pessoa

*** Estou de férias, nesse momento posso estar dormindo, na praia se estiver sol, caminhando, malhando, no cinema, sei lá, sem compromisso com horário, com agenda, fora de área de cobertura ou desligada, por isso, pode ser que não consiga acessar o blog com frequência, nem visitar ou comentar com o mesmo ritmo de sempre.
Programei postagens com antecedência, com muito carinho, para não deixar o Projetando Pessoas sem brilho.  
Mas saibam que, mesmo de férias, estarei sempre que puder por aqui pertinho de vocês, amigos! ***

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Pedras no caminho?



Posso ter defeitos,
viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,

mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.

E que posso evitar que ela vá a falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.


É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.


É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um 'não'.

É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.


Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo....!
(Fernando Pessoa)

foto google - Castelo em Lousã(cidade da minha avó portuguesa)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Tempo da Travessia....

foto do google

" Há um tempo em que é preciso

abandonar as roupas usadas,

que já tem a forma do nosso corpo,

e esquecer os nossos caminhos,

que nos levam sempre aos mesmos lugares.

É o tempo da travessia:

e, se não ousarmos fazê-la,

teremos ficado,

para sempre,

à margem de nós mesmos."


Fernando Pessoa

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Se o achar, segure-o!

foto do Google

"Não se acostume com o que não o faz feliz,

revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças,
mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!"

(Fernando Pessoa)



NOTA RELEVANTE:
Conquistei a marca de 40.000 visitas ontem!
Estou muito feliz!
Obrigada por essa honra!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Escutatória


É de Rubens Alves o super interessante texto que recebi do meu amigo Sérgio Thadeu e que divulgo na data de hoje:


"Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória.

Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir.

Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sútil. Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores.

É preciso também não ter filosofia nenhuma.

Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.

Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.

Parafraseio o Alberto Caeiro: Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito.

É preciso também que haja silêncio dentro da alma. Daí a dificuldade: A gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor...

Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.

Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração...

E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.

Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sútil de nossa arrogância e vaidade.

No fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos
estimulado pela revolução de 64.

Contou-me de sua experiência com os índios: Reunidos os participantes, ninguém fala.



Há um longo, longo silêncio.

Vejam a semelhança...

Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio...

Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas.

Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala.

Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.

Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos...

Pensamentos que ele julgava essenciais.

São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.

Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades.

Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza.

Na verdade, não ouvi o que você falou.

Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala.

Falo como se você não tivesse falado.

Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo.

É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.

Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.

E, assim vai a reunião.

Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.

E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.

Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência...

E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.

A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.

No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.

Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia...

Que de tão linda nos faz chorar.

Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio.

Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também.

Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.


Esse texto me fala fundo n´alma, preciso aprender a escutar mais, estar mais presente e paciente, me colocar mais no lugar do outro, no ponto de vista do outro. Uma forte fonte de inspiração para mim, e para você?